sábado, 4 de setembro de 2010

A espantosa origem dos contos de fadas


Poucas pessoas sabem da origem macabra dos contos de fadas. Longe de serem histórias de ninar com finais felizes, essas histórias tão conhecidas de todos nós tiveram origem, algumas delas pelo menos, há milhares de anos, e deixariam as criancinhas que as escutassem, morrendo de medo e pavor.
Muito antes de terem suas primeiras versões escritas, lá pelo século XVII, muitas das histórias infantis já tinham uma longa tradição oral, que passava de geração para geração, e eram em sua maioria contos para adultos, cheios de temas que refletiam a violência e brutalidade daqueles tempos remotos, tais como estupro, canibalismo, pedofilia e incesto. Já na era dos desenhos animados da Disney, muita coisa foi suavizada para agradar e alegrar o público infantil, sempre ansioso para ouvir no final o “... e viveram felizes para sempre.”
Nas primeiras versões de Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, não há um lenhador que chega e abre a barriga do lobo, salvando a Vovozinha e Chapeuzinho. A menina é enganada pelo Lobo, vai até a casa da Vovó, e ao chegar é devorada pelo vilão, sem maiores cerimônias. A história acaba assim!!
Não apenas finais tristes, algumas histórias contam com requintes de perversidade, como é o caso da Bela Adormecida. Ao encontrá-la em coma, o príncipe mantém relações com ela, o que acaba originando uma gravidez. Nove meses depois, ainda em coma, a princesa dá a luz a gêmeos. Um deles, ao procurar pelo leite da mãe, acaba sugando um dos dedos desta e com isso extraindo acidentalmente o espinho que a tinha feito adormecer, quebrando assim o encanto.
Ao invés de românticas ou nobres, as atitudes dos personagens demonstram muito bem o contexto social da época em que foram elaborados. Pode-se perceber que, assim como certos costumes e regras sociais foram se modificando ao longo dos tempos, também as histórias foram sofrendo alterações, de modo a se adequarem aos padrões socialmente aceitáveis.
Na conhecida história do Flautista Mágico, temos uma cidade infestada por nojentos roedores, que concorda em pagar uma alta soma em dinheiro se o flautista conseguir espantar os ratos. Ele toca sua flauta mágica e os bichos saem mesmo da cidade, como que hipnotizados. Ao voltar para receber o pagamento, os dirigentes do vilarejo não querem mais pagar, fogem do acordo. Ele então toca outra música, levando todas as crianças pra fora da cidade e colocando-as numa caverna, até que finalmente a cidade decide pagar a conta, e ele então devolve as crianças.
Numa versão ainda mais antiga e cruel, o flautista faz as crianças se dirigirem a um penhasco imenso e de lá se jogarem nas águas turbulentas de um rio, onde todos morrem. Alguns estudiosos de literatura e folclore universal dizem haver traços do comportamento de um pedófilo nas atitudes do flautista.
Quando se começa a pesquisar sobre as origens dos contos de fadas, abre-se um enorme leque de caminhos e possibilidades, e acabamos descobrindo às vezes 30 ou mais versões diferentes para uma mesma história, dependendo dos costumes do povo que a produziu numa determinada época. Na versão chinesa de Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, temos um tigre ao invés do lobo; no Irã, onde meninas não podem sair sozinhas por aí, o personagem é um menino, e assim por diante...Interessante, não é mesmo?

terça-feira, 27 de julho de 2010


O estudo em geral, a busca da verdade e da beleza são domínios em que nos é consentido ficar crianças toda a vida.

Albert Einstein

Pra você guardei o amor


Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir.
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir.
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar.
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar...
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar.
(...)

Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Florbela Espanca

"Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter - juízes indefectíveis que somos da vida alheia - mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só com a nossa permissão.”
(Martha Medeiros)

Pelo brilho da manhã
sinto acesa a chama,
tenho você aqui.
Novamente aconteceu
uma luz antiga
que nunca se apagou,
fogo no coração...
Vai!
E avisa a todo mundo
que encontrar
que existe ainda
um sonho pra sonhar
e que amor não acabou.
Vai!
E espalha
a novidade pelo ar,
que ela torne
o mundo todo azul
e que seja tudo amor...
Quanto tempo eu esperei
sem achar saída
preso na escuridão
pelo brilho do olhar.
Eu recebo a chama
viva do seu amor
Oh!
Fogo no coração
Oh! Oh! Oh!...
Vai!
E avisa a todo mundo
que encontrar
que existe ainda
um sonho pra sonhar
e que amor não acabou.
Vai!
E espalha
a novidade pelo ar
que ela torne
o mundo todo azul
e que seja tudo amor.
Vai!...
(Chama - Roupa Nova)